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Poesia à solta pela Escola

Março 15, 2010

Porque a Escola é lugar de criatividade e de imaginação, deixamos aqui um exemplo…

O Fantasma ou a solidão

Existe uma alma eterna que procura
Tudo quanto o destino lhe prometa!
A tristeza existe, mas não liberta,
A lágrima corre precisa, mas enferma,
Derramando esparsos medos sob a lua;
Este solitário vagueando lastimoso,
Triste, amedrontado, desconhecendo lar,
A maldição no seu ventre transporta a sufocar,
Que nem chama num candelabro a iluminar
O destino firme, mas maldoso;
“Mas que destino eterno eternamente?” impõe-se a questão,
A noite corre fria, deplorável, escura,
E o vulto permanece solitário nesta amargura,
Sem caminho que descubra
Um pleno raio a salvação;
“Eu perdido passo solitário eternamente eterno!”
E sob a plácida maré eterna plenamente chorou,
Como abraço nunca sentido por onde errou,
Sem conhecer os desígnios de quem louvou,
Das eras felizes do imenso credo;
“Morto estou eterno eternamente, ou não serei fantasma?”
Fantasma eterno do eterno medo,
A quem descanso algum pareceu pleno,
E os mortais seus semelhantes fazem por esquecê-lo,
Nesta eterna eternamente perdição cantada;
Louva o rol de perdições sentidas longemente:
Nunca ao teu amor sentimento confessaste,
Nunca ao teu próximo ajudaste,
E julgas que o paraíso surge puro neste contraste
De ímpio mal maldoso eterno eternamente?
“Pois o castigo mereço, o castigo somente,
O castigo de Caim mais detestado,
Irmão peste, desprezado,
Da humanidade menos cantado,
Do qual o mal se ergue e sente!”;
A chama luminosa, quente, ergueu-se neste pleno satisfazer,
E nela o fantasma, gritando, desapareceu eterno eternamente:
“Aos filhos do homem me despeço neste breu latente,
Neste frio coagido na penumbra longe do céu pendente,
Porque no Inferno eterno eternamente irei para sempre adormecer!”

Daniel Sousa, 12ºC